Empresa da capital paulista faz entregas com as ‘magrelas’.
Em outro caso, bikes especiais são vendidas por até R$ 40 mil.
Práticas, econômicas e sem causar poluição, as bicicletas seduzem pequenos empresários que buscam bons negócios. São mais de 60 milhões delas espalhadas pelo Brasil.
Uma empresa da capital paulista faz entregas com bicicletas. A equipe é conhecida como os ciclistas mensageiros, que rodam a cidade o dia inteiro.
Os empresários Rafael e Danilo Mambretti investiram R$ 40 mil no negócio. Eles alugaram o espaço, compraram computador, telefone e reservaram capital de giro. Para os empresários, o momento é oportuno para negócios que ofereçam praticidade e respeito à natureza.
“A gente alia essa questão da sustentabilidade que todo macro ambiente vem vivenciando muito. As pessoas têm procurado isso”, diz Rafael Mambretti.
Na empresa, contratar um funcionário é diferente. Ele tem que ser praticamente um atleta para pedalar em média 70 quilômetros por dia. “Eles passam por alguns exames, desde teste ergométrico a acuidade de visual. E outro cuidado que a gente tem acompanhamento diário desde o treinamento é com a saúde da alimentação”, afirma.
Os ciclistas usam a própria bicicleta. Eles trabalham com capacete, óculos protetor e recebem treinamento.
A empresa começou com três ciclistas no final de 2010. Hoje, já são nove mensageiros, com crescimento de 30 % ao mês. Os chamados não param. Para crescer, a empresa conta com trunfos que só a bicicleta tem.
Nas ruas congestionadas de uma cidade como São Paulo, a gente chega à irônica constatação de que muitas vezes a bicicleta é mais rápida do que o carro. A velocidade média do trânsito é de 15 km por hora. A bicicleta vai a 20, além de não poluir, não gastar combustível e não precisar nem de vaga para estacionar.
O serviço do ciclista sai 20% mais barato que o do motoboy. Em média, uma entrega em um percurso de 10 km a 15 km, custa R$ 18.
O Brasil tem hoje uma frota de 65 milhões de bicicletas. É o terceiro maior produtor do mundo. 50% delas são usadas como transporte. Na cidade de São Paulo, de cada dez, sete são usadas para chegar ao trabalho.
Bicicletas especiais
O Brasil tem hoje uma frota de 65 milhões de bicicletas. É o terceiro maior produtor do mundo.
Outros empresários também perceberam o mercado e montaram uma loja. Pablo Gallardo e Billy Castilho vendem bicicletas especiais, rápidas e leves. Elas estão em todo o espaço, na vitrine, no teto, no chão. Têm pneus finos com grandes circunferências, são coloridas e têm estilo próprio. Podem custar de R$ 3 mil a R$ 40 mil cada.
“Todos os produtos que a gente tem na loja, a gente trabalha com séries limitadas de peças exclusivas e tudo, como posso dizer, muito com uma certa veia artística”, diz Gallardo.
Os empresários investiram R$ 100 mil em reforma e estoque. A loja também é uma galeria de arte, são vendidos quadros de artistas, livros e camisetas.
“As pessoas vêm aqui têm um tempo até escolherem o que elas querem e prestam atenção nas obras de arte também. E isso mexe com sentido, né, da criação. É por ai que a gente vê”, afirma Castilho.
As bicicletas representam metade do faturamento da loja. São bikes de pista, simples, velozes, com poucos acessórios. Andam para frente e para trás, muitas não têm freio e até a marcha é interna. A loja vende cinco bicicletas por mês.
As vendas são por encomenda. Um programa de computador ajuda a escolher o modelo da bicicleta. Os empresários importam as peças e fazem a montagem, de acordo com as medidas do cliente.
Uma das maneiras de divulgar a loja é estimular eventos. A empresa incentiva esportes como o bike polo. É como um jogo de polo, só que sobre bicicletas.
“Dessa forma a gente consegue aumentar a possibilidade de lucro e do mercado crescer em função de esportes alternativos”, revela Gallardo.
Fonte: //g1.globo.com/economia/pme/noticia/2011/04/praticas-economicas-e-sustentaveis-bicicletas-seduzem-empresarios.html